Vota-se com mais de 18 anos. Os números de quem pode votar vêm da Comissão Nacional de Eleições. Os números dos maiores de 18 anos vêm do Instituto Nacional de Estatística. Espantosamente, os números diferem.
Mais espantosamente, o número dos que podem votar é superior ao dos que têm mais de 18 anos. E não o contrário. Isto merece uma pausa para meditar. A diferença é de 1 milhão de indivíduos. O que também merece uma pausa para meditar. Um número verdadeiramente espantoso. Tantas pessoas como as que votaram no partido mais votado. O país comporta-se como se isso não fosse importante.
Ninguém vê qualquer risco na discrepância de 1 milhão de votantes. Ninguém duvida da seriedade da contagem dos votos. Sabemos de recentes recontagens de votos nos EUA, na Alemanha e no México. Mas em Portugal não temos que nos preocupar. Cá nunca teríamos uma recontagem de votos. Em Portugal, os votos são contados por gente nomeada pelos partidos ao nível local e nós sabemos como essa gente é séria.
Somos governados por gente de uma seriedade incontestável. O sr. sousa é de uma seriedade incontestável. O sr. silva é de uma seriedade incontestável. As pessoas que os rodeiam também. Alguns são banqueiros, profissão de uma seriedade incontestável. Não temos motivos para duvidar da seriedade do que quer que seja. Sempre fomos governados por gente séria. Por outro lado, não parece que seja demasiado pedir uma explicação detalhada sobre o milhão de votantes fantasmas.
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P.S.: Os peritos pronunciaram-se sobre a diferença dos dois números. Nenhum dos peritos disse nada de conclusivo. Peritos de merda. Alguns disseram uns bons disparates. Vêm aí mais eleições.
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