short story

Todos nós somos guardiões de alguma coisa. Todos temos histórias, memórias e dizeres que transportam e representam formas de conhecimento. Coisas que se podem perder, e se perderão certamente. São formas de conhecimento, por vezes ancestrais como os do shaman. Interpretações do mundo. Formas que ao serem escutadas encontram novos depositários. De alguma forma de conhecimento ou de alguma capacidade que os excede. Que aparentemente não poderiam ter produzido. Por vezes, apetece-nos conservá-las por mais algum tempo.

Por outro lado, os conhecimentos e capacidades não correm o risco de se perder. Tudo está disponível para quem tenha a intenção de encontrar. O conhecimento surgirá quando se tornar necessário. No tempo devido e na exacta medida da necessidade. Palavras do mesmo shaman.

Aqui vai uma dessas pequenas histórias. Uma vez mandaram um moço inexperiente ordenhar os animais. E disseram-lhe que todos os animais tinham que dar pelo menos um litro de leite. O moço lá foi ordenhar os animais. E estava satisfeito. Todos os animais davam o litro de leite e bastante mais. Todos, até chegar ao bode. O cabrão do bode não dava nada. O moço bem puxava pelo bode mas não saía nada. Insistiu, insistiu, mas dali não saía mesmo nada. O bode, incomodado com aquilo, já berrava aflito. Às tantas, o moço enfureceu-se e disse ao bode: “Podes berrar à vontade cabrão”. E, para mostrar que estava decidido a cumprir os objectivos, acrescentou: “Berra à vontade. Berra o que quiseres, mas tens que dar o litro”.

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Um comentário a “short story”

  1. Avatar de alex

    Essa tua amiga tem um site com fotos na net@.
    http://s214.photobucket.com/albums/cc157/axour/

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