Por comparação com os nossos antecessores, vivemos uma compressão do tempo e do espaço. São os transportes, as telecomunicações e a miniaturização em todas as suas vertentes. Os off-shores são um exemplo dessa miniaturização.
Ali, em qualquer cantinho, cabem milhões de contos. E de histórias. Num pequeno edifício, ou num computadorzeco, cabem as contas electrónicas de milhares de ricos. Ali, lado a lado com o dinheiro do traficante de droga, encontra-se o dinheiro do especulador imobiliário, do político corrupto, do desvio efectuado sobre qualquer empresa ou instituição, do financiamento partidário ou de hiper-rentáveis aplicações bancárias.
Tudo ali se encontra lado a lado. É uma compressão brutal, é a fusão. O dinheiro flui entre todas estas contas. Todos são vizinhos num espaço físico e informático. Ao fim de uns anos fazem-se amizades.
P.S.: Quem detém tanta informação sobre contas e transacções detém um poder imenso. Controla decisores a todos os níveis. Os offshores são uma cena opaca e de contornos indefinidos em cujo interior verdadeiramente ninguém sabe o que e quem vai encontrar.
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