Aqui há uns tempos alguém estava a falar de mérito. “E isso é importante?” – perguntou o shaman. O shaman é assim, é uma pessoa simples. De vez em quando come com as mãos e lambe os dedos, mas gostamos dele. E estamos sempre a aprender. Para o shaman não interessa absolutamente nada se alguém é bom treinador e sabe o seu ofício ou não. O que interessa é saber se ganha jogos ou não.
Então o mérito não é importante? Não é. Olhem o sr. sousa. Nunca fez nada de jeito. Para lhe encontrar mérito é preciso comprar um microscópio electrónico. Nunca fez nada que se visse contra o regime fascista. Nasceu com o 25 de Abril. Noutro partido. Estudante medíocre. Engenheiro de obras medíocres. De repente, ministro. De repente, chefe do circo Chen. De nada serve dizerem que é suspeito das mais diversas travessuras. Que tem uma família extraordinária. Que fala inglês como um espanhol. Que fala espanhol como um inglês. Que é anedota nas reuniões internacionais. Podem apontar-lhe todos os defeitos do mundo. Mas é um homem guindado a ganhar.
E o Queirós? É exactamente o contrário. Tem mérito. É realmente um bom treinador. Guindado ao fracasso. Em Portugal. E isso faz dele um mau treinador? Não. Olhem o Pauleta. Nunca chegou à nossa primeira divisão. Era esse o seu destino. Mas lá fora foi um grande jogador. Aqui, o seu destino era não chegar à primeira divisão. E assim foi. É assim que o Queirós deve ser entendido. Alguém condenado a falhar em Portugal. Mas alguém com mérito. Agora, Queirós, faz-nos um favor, vai-te embora.
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