Custo de oportunidade. Significa, sempre que se faz A, contabilizar como custo de A tudo o resto que se abdica de fazer. É um conceito importante em economia. E em gestão. E na vida. Amanhã é dia de eleições. A campanha para a participação no acto eleitoral está aí. Há que fazer escolhas. De um lado votar, do outro ir à praia. A imagem representa simbolicamente a escolha.
De um lado, um engravatado numa pose forçada. Uma posição escolhida para dar um ar dinâmico mas em que se vê que está a cair para o lado, colado com plástico, uma porcaria. Mal acabado, mal vestido, feio e inconsequente. Só se vê fato e gravata. Só se vê a cabecinha. Sem as cicatrizes ou rugas que dignificam um homem. Só se vêem as mãozinhas gordinhas, mãos de quem não trabalha. Mãos de quem pensa que trabalhar é assinar coisas e falar. Uma carinha de bebé, mais um. E, como os bebés, traz soluções mágicas: “usar os fundos europeus para resolver a crise”. Um gajo com quem na nossa vida pessoal não perderíamos tempo.
Do outro lado, uma mulher linda com a passarinha encharcada. Uma mulher para a qual arranjaríamos sempre uns minutos. À qual dedicaríamos sempre alguma atenção. Uma mulher elegante, o que significa também a disciplina de se cuidar. Na verdade, trabalho, muito trabalho. Tudo isso envolvido numa atmosfera despretensiosa, sem se esconder atrás de roupinha ou de palavreado inútil. Tudo à vista. Nada a esconder, uma atitude saudável perante a vida. Uma mulher em que faríamos de bom grado um ou dois bebés. No fundo, tudo aquilo de que o país precisa: trabalho, clareza, tranquilidade, discrição, abertura, sinceridade, optimismo, mais crianças.
Deixe um comentário