Um cientista qualquer resolveu contabilizar o número de preservativos que os portugueses consomem por ano. Obteve bastante mais do que o que tínhamos obtido pelas nossas contas. Obteve 1,6 preservativos por ano. Ao todo, são então 16 milhões de preservativos para os portugueses no espaço de um ano.
O negócio dos preservativos é esquisito, mais um. Nas farmácias vendem-se meio milhão, num ano. Desconhecem-se os números das restantes vendas, provavelmente maioritárias. E distribuem-se gratuitamente 8 milhões de preservativos. A distribuição gratuita parece pois ser o centro do negócio. É aí que estão as oportunidades de crescimento.
Já se percebem pois algumas vontades de distribuir preservativos gratuitamente nas escolas. Existe cerca de 1 milhão de alunos em idade escolar. Com a distribuição gratuita nas escolas, o consumo nacional de preservativos pode aumentar 30 vezes. Assim é que é vender, carago. A maioria dos preservativos irá pelo esgoto abaixo. Sem chegarem a ser usados. É vontade de vender impingindo. Só isso faz pensar que um objecto marginalmente utilizado passe de 1,6 por ano a uma percentagem significativa das fodas apenas por ser distribuído de borla. É a ignorância total sobre a natureza da oferta e da procura.
Na prática, é mais uma ameaça para a vida marinha. Cardumes inteiros de sargos e safios com a cabeça enfiada em durex. Gaivotas engasgadas. Uma vitória do marketing e da saúde pública mas também uma catástrofe ecológica inútil e evitável. Para nós, a dificuldade estará em ir à pesca e conseguir puxar a linha sem trazer meia dúzia agarrados ao anzol.
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