Professora processa aluna

A professora suspensa apresentou um processo contra a aluna que gravou o som da aula.

Segundo a lei em vigor, a aluna arrisca uma pena de prisão efectiva de 1 ano. As gravações não foram autorizadas por um juiz pelo que não são válidas e a professora pode exigir o fim da suspensão, assim como uma indemnização por perdas e danos morais ao Estado. E ganha.

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Comentários

4 comentários a “Professora processa aluna”

  1. Avatar de joca
    joca

    É errado gravar aulas, mas é resultado de o sistema de educação (fundamentalmente por uma reacção corporativa dos professores) não actuar no sentido de suspender professores que se encontram claramente com perturbações. Este caso é comentado à anos por sucessivas gerações de pais e alunos sem que tenha existido qualquer intervenção efectiva.

  2. Avatar de alex

    Claro. Eu também concordo com a suspensão da professora. Mas uma coisa é o senso comum e outra é a lei. E a lei protege a professora, neste caso. Se a professora fizer uso dos seus direitos, consegue o lugar dela de volta e vai voltar a leccionar. Não há nenhum juiz que lhe negue esses direitos.

  3. Avatar de generalcuster
    generalcuster

    Teoricamente, a aluna lixa-se porque fez uma gravação sem autorização e essa gravação prejudica a imagem da professora. Teoricamente, a professora lixa-se porque, mesmo que as gravações não constituam prova, se despoletou uma situação na qual facilmente surgem testemunhos que substituem a prova da gravação. Ambas se prejudicam mutuamente, o que parece ser o seu objectivo inicial.

    Na prática, a conveniência de ambas é que nada aconteça. Nesse caso, fica pois a lição de que os alunos podem gravar o que quiserem e de que os professores podem dizer o que lhes vier à cabeça. Duas lições erradas, é o dois em um.

  4. Avatar de alex

    Fica aqui a transcrição, retirada do Jornal i, para referência futura:

    Professora – Já agora podem contar quando é que perderam a virgindade que é para os vossos pais depois ficarem a saber tudo.

    Aluna – Mas eu nunca a perdi.

    Professora – Não, filha?

    Aluna – Não.

    Professora – Isso é uma conversa que depois nós vamos ter as duas. Se quiseres eu mostro-te as provas.

    Aluna – Ai tem? E quer que lhe faça também um desenho, s’tora?

    Professora – Não. E sabes porquê? Sabes quando é que a minha mãe me rebentou o hímen? Quando eu nasci.

    A professora já tinha conhecimento das queixas de duas mães à directora da escola e, perante a turma, confrontou uma das alunas.

    Professora – Já vos expliquei o que aconteceu. Quando os vossos pais cá estiveram, foram os primeiros a dizer que a mãe daquela senhora é uma mal-educada, sem nível nenhum. E digo isto à frente da senhora, se for preciso. Que escolaridade tem a sua mãe?

    Aluna – O 12.o.

    Professora – Pois, mas eu fartei-me de estudar. A sua mãe para ter tantos estudos como eu tinha que estudar mais dez anos. Por isso, quando se dirigirem a mim, senhoras como a mãe daquela menina tratam-me por senhora doutora. Porque a mãe dela andou 12 anos na escola. Eu andei 12 anos na escola, quatro na faculdade, dois nos estágios, dois numa pós-graduação e um numa especialização! Ao pé de mim está um metro e 70 abaixo!

    Professora – Não fazia figuras de linguados e coisas do género, como algumas de vocês fazem. Ou vocês pensam que eu durmo? E os meninos não vão dizer que é mentira. É verdade, não é? Pois é. Olha o primeiro beijo que eu dei assim estava no 12.o ano.

    Apesar de não ser da sua competência, a professora descreve de forma grosseira as mudanças físicas que ocorrem na adolescência.

    Professora – Os rapazes sonham com experiências sexuais desde cedo. Já vos expliquei que quando vocês se levantam com as cuecas molhadas ou com as calças molhadas, já aconteceu a toda a gente? E não estou a dizer nada de errado. Se os vossos pais ainda não vos disseram, é porque não vos sabem educar.

    Ao longo da gravação percebe-se que alguns alunos tentam enfrentar a professora, e por isso a docente passa à ameaça.

    Professora – É porque quem faz os testes sou eu. Quem corrige os testes sou eu. Olha bem para a minha cara. Quem corrige os testes sou eu. Tu nem sabes no que te metestes. Sabes porquê? Porque é comigo que vais ter de te ver. Estás a perceber?

    Aluna – S’tora posso…

    Professora – E olha o teu último namorado… são todos amiguíssimos do meu filho. Tu agora tens a ficha feita.

    Chocadas com os modos e os termos para falar de sexualidade, as mães de duas alunas queixaram-se à presidente do conselho executivo. De início a professora negou tudo. Confrontada com a gravação áudio, mostrou-se arrependida.

    Mãe de aluna 1 – Pediu-me inclusivamente para se reunir com as meninas, para lhes pedir desculpa. Teve uma atitude que nós dissemos: pronto, pediu desculpa. Vamos falar com os nossos maridos, mas por nós está desculpada, dependendo do que ela fosse dizer. Só que a professora teve o comportamento oposto.

    Mãe de aluna 2 – A primeira coisa que ela fez foi virar-se para a minha filha e dizer é que “eu não estou aqui para vos pedir desculpas, vocês é que têm de me pedir desculpas a mim”. As meninas pediram-lhe desculpas. Ela a seguir diz que se isto for para a frente que mete um processo contra os pais.

    Mãe de aluna 1 – A professora voltou a dizer que ela não era virgem, com quem perdeu a virgindade, dizendo que se elas fossem à polícia, ou se a gente andasse com o processo para a frente, que ela pedia uma indemnização para comprar um jipe novo, que está a precisar de um jipe novo.

    Depois disto os pais apresentaram queixa na PSP por injúrias, calúnias e ameaça. Deram também conhecimento à DREN na passada sexta-feira. Os relatos dos alunos das aulas da professora de História já corriam pela escola há três anos, mas só agora houve uma prova.

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