O saramago resolveu explicar no DN como surgiu a gripe. Ou como ele acha que pode ter surgido. Naturalmente, para ele é uma gripe capitalista. Infelizmente, ele tem dificuldades na escrita e ninguém consegue ler o que ele escreve. Mas porque me parece que o artigo dele tem, de facto, informação útil, vou descrever aqui o que o homem diz.
A produção animal massiva em explorações gigantescas propicia o desenvolvimento de doenças. Daí que se administrem quantidades massivas de antibióticos aos animais. A administração é feita não só quando adoecem mas, de forma dita preventiva, ao longo de toda a vida do animal. O problema da produção animal suportada em antibiótico é que tende a desenvolver super-estirpes de vírus, para as quais a espécie humana não está preparada. Esse problema agrava-se quando, ilegalmente, são distribuídos aos animais os antibióticos que estariam reservados para consumo humano. Nesse caso, corre-se o risco de desenvolver uma estirpe de micróbios resistente a tudo o que temos para protecção humana.
A produção animal a antibiótico pode ser assim um bom negócio para alguns, mas é um péssimo negócio para a humanidade. O saramago diz-nos ainda os nomes das multinacionais que dominam a produção animal: Smithfield Farms (suíno e vacum) e Tyson (frangos). A experiência diz-nos que é importante que as coisas tenham nomes. Sem os nomes escarrapachados, a impunidade é garantida. Aparentemente, essas empresas têm muito jeito para evitar investigações sobre as suas responsabilidades. A Smithfield, aparentemente, tinha uma exploração porcuária perto do epicentro da gripe.
P.S.: Mas pronto, isto é a gripe segundo Saramago. Mais ou menos. Como não podia deixar de ser, nós temos a nossa própria versão dos acontecimentos.
Deixe um comentário