Todos conhecemos a expressão “há uma criança em cada um de nós”. É verdade. É verdade, mas está incompleta. Há uma criança e há um porco. A gripe é também isso. É esse porco que se materializa e ganha vida própria. A gripe é pois bem vinda, pelo menos para alguns. Temos por isso cidadãos que fazem o possível para apanhar a gripe. Temos cidadãos que foram a semana passada fazer férias no méxico. E um governo que os deixou ir. Outros desculpam-se dizendo que vão em negócios para o méxico. Treta. Querem ir para o méxico, isso é que é.
O governo faz o que pode também. Não impõe restrições às viagens de e para o méxico. Não usa detectores de temperatura nos aeroportos. Não faz nada para reduzir os ajuntamentos desnecessários de pessoas. Futebol, espectáculos, centros comerciais, tudo se mantém igual. Não são públicas instruções no sentido de mandar para casa quem se apresente na escola ou no trabalho manifestamente doente. O governo diz cumprir as recomendações da OMS. Ou seja, tomará as medidas que a OMS definir como obrigatórias. Nada mais. É esse “nada mais” que define a vontade de lidar com o problema, ou seja, de aceitar custos inerentes à sua prevenção.
As medidas de âmbito preventivo, isolamento de pessoas, já deram historicamente provas de ser eficientes. Mesmo na gripe de 1918. São medidas que permitem ganhar tempo precioso no combate à gripe. Claro que isso não dá dinheiro a ganhar às farmacêuticas. Por isso, essas medidas tendem a não ser devidamente consideradas. No meio disto tudo, estão de parabéns os mexicanos. Sem dramas, sem pânicos, sem discussões, sem palhaçadas, tomaram calmamente as medidas que tinham que tomar. Mas tomaram-nas. Um exemplo a seguir.
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