Já explicámos aqui qual é o nosso conceito de novas oportunidades [1][2]. São oportunidades. E são novas. Nada mais é preciso para que algo aqui seja considerado uma nova oportunidade.
Temos agora uma nova oportunidade. O governo vai passar a disponibilizar medicamentos, genéricos, gratuitamente. Aos que ganham menos do que o ordenado mínimo. Bem, basta arranjar alguém que ganhe menos do que o ordenado mínimo. Esse alguém pode ir comprar os medicamentos para toda a gente. A partir de agora, enviam-se sempre os pobres da família ao médico. “Ó Maria, preciso de medicamentos, vai lá outra vez à caixa fazer aquela cena da dor de cabeça”. O dinheiro custa muito a ganhar e nada como preservá-lo sempre que possível.
Os mais empreendedores estenderão o serviço gratuito de medicamentos ao círculo do emprego, dos amigos de café ou do condomínio. Se no seu prédio existir alguém que ganhe menos do que o ordenado mínimo pode aproveitar já para nomeá-lo comprador semi-oficial de medicamentos para todo o condomínio. E pronto, lá vêm outra vez medicamentos gratuitos para a comunidade. Os médicos não se atreverão a duvidar dos doentes, até porque são médicos, não são bruxos. Vender-se-ão medicamentos na feira do relógio, nas lojas dos chineses, e, por fim, montar-se-á um negócio de exportação de medicamentos para a china.
P.S.: magalhães, part II
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