de que riem eles?

London Summit. Os dirigentes ocidentais riram de loucura. Insane. O reenquadramento das fotos oficiais em torno das gargalhadas dos dirigentes ocidentais permitiu-nos não ver um facto óbvio: dos 20 presentes só riam 3 ou 4, os que tinham as dívidas. Mais ninguém estava a achar piada.

Mas de que ri o berlusconi? Ri de estar ali. Ri da sua própria existência. Naquela foto e para além dela. Mother look at me i am at the top of the world, dizia o James Cagney, num papel de gangster, já totalmente insano. Curiosa esta relação do gangster com a mãe. Uma cena freudiana.

De que ri o obama? Ri da viagem. Ri de estar no meio de uma coisa que não percebe e lhe foge da mão. Ri de pensarem que ele tem uma solução. É um riso zen. De alguém que educadamente aceita o destino que a própria vida traz consigo e que é aquele que sabemos.

E de que ri o medvedev? O riso russo é sempre suspeito de ser um riso alcoólico. Os russos têm uma forte tradição vodkaniana. Gerações após gerações foram governados por alcoólicos. Não querem outra coisa. Mamã, quando for grande quero ser alcoólico, dizem as crianças. A Rússia tem dois tipos de alcoólicos. Tem os tipo camarada brejnev, de fartas sobrancelhas, que se embebedam de caixão à cova sem perder a compostura e depois caem redondos quando nós pensamos que já estão imunes ao álcool; esses gajos nunca riem. Tem os tipo camarada Ieltsin que se estão a cagar um bocado para a compostura e têm aquele esgar que nos mostra claramente que estão bêbedos. Havia um certo esgar daqueles no Medvedev, mas ainda é cedo para nos pronunciarmos.

P.S.: O que o mundo viu foi um enquadramento fotográfico. Um enquadramento que despoletou uma subida das bolsas. Temporária, como seria de esperar de qualquer subida que resulte de um enquadramento fotográfico. Repare-se no reenquadramento da foto de cima, o que os nossos jornais nos mostraram, e em como ele contrasta com a realidade tal como vista pelos credores, árabes e chineses, na foto de baixo

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