O esforço de encontrar relações de proximidade tem fãs na matemática, na taxonomia, na história das ciências, na história, na sociologia e em muitos outros sítios. Em várias culturas, o primeiro nome identifica a família a que se pertence, disponibilizando informação imediata sobre a identidade do sujeito. A importância da proximidade, para o entendimento da identidade e dos comportamentos, é tal que as apresentações se fazem em termos como filho de, irmão de, familiar de, parente de, amigo de, trabalha para, et cetera. A procura de proximidade é um mecanismo intrínseco à inteligência para entender o mundo.
Um curioso exercício de procura de proximidades pode ser encontrado no DN. Lá se demonstra, por A + B, que existe uma relação entre o nosso ex-presidente sampaio e o obama. Relação tortuosa é certo porque passa por um antepassado do sampaio, um cão e um bilhete de lotaria. A complexidade das relações pode tornar esse tipo de textos intragáveis para o leitor. Melhor seria usar uma notação científica uniforme ou, alternativamente, uma boa apresentação gráfica.
Vejamos um exemplo: sr. loureiro, apresentador da biografia do sr. sousa, chefe de campanha do sr. silva, sócio do sr. coelho quase braço direito do sr. sousa, sócio do sr. coelho administrador de uma empresa que faz um belo contrato de 30 anos com o governo do sr. sousa, administrador do banco nacionalizado pelo sr. sousa, com a aprovação do sr. silva, ex-sócio da sociedade proprietária do dito banco, chefiado por um ex-secretário de estado do sr. silva, cuja campanha teve o merecido destaque do sr. pinto, que é accionista dum banco à beira da falência salvo pelo sr. sousa, cuja imagem antes promoveu. Como se vê, está intragável. Não se percebe. Isto só lá vai com uma infografia em flash.
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