A resposta da UE à crise depende da Alemanha, França e Inglaterra. É um menage a trois impossível. São três que se detestam. Reciporcamente. Os povos detestam-se. Os governantes detestam-se. É aliás por isso que se constituíu a UE. Para criar interesses comuns cuja vantagem superasse a dos conflitos. Dos quais se tinha acabado de sair. Posto isso, continuam a detestar-se. Nenhum inglês que se preze compra um carro alemão. É difícil que um alemão compre um carro inglês. Os franceses têm os carros deles, que para eles são os melhores do mundo.
A relação entre os governantes é ainda pior. Os governantes ingleses sempre preferiram a relação com os seus pares americanos. A Merkel detesta o Sarkozy. O Brown e o Sarkozy fizeram uma cimeira europeia para a crise. Os ingleses nem fazem parte do euro. Os alemães recusaram-se a participar. Os alemães estão fartos do aventureirismo monetário da UE. O argumento parece tirado dum filme do Kurozawa: três homens maus num castelo. Maus e incompetentes, porque a competência não se define por si mas face à tarefa que se tem para levar a termo. A resposta europeia à crise dependerá sempre das decisões conjuntas destes três. Não será fácil.
P.S.: O título deste post tem origem numa história que me foi contada pelo taxista. Era uma vez um gajo que andava ali quase a comer uma gaja. Por motivos vários o gajo andava a evitar que aquilo acontecesse. Um dia ela convidou-o para ir sair com uma amiga. O gajo perguntou-lhe: “- A três?”. Ela respondeu-lhe: “- A três? Sim! Claro.”. Nesse momento as dúvidas do gajo dissiparam-se. O que tem que ser tem muita força.
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