É chegado o grande momento, o momento de escolher os mais porcos de 2008, ano de invulgar fartura. Cientes da dificuldade que uma escolha tão vasta nos traz, sentimos também que a nossa responsabilidade é acrescida pelo destaque que tantos destes acontecimentos tiveram nas nossas vidas colectivas. Tudo fizemos para levar a bom termo este Top Porco, que é também o primeiro Top Porco anual.
Uma escolha destas é sempre difícil. Fomos tentados a utilizar critérios: nível de pouca vergonha, relevância social, importância histórica, etc. Mas cedo percebemos que não era esse o nosso caminho. Fazemos o nosso trabalho com amor e o amor não tem critérios.
Não chegámos aqui sózinhos. Devemos muitos agradecimentos: aos autores, aos nossos peritos, e, last but not the least, aos leitores que votaram múltiplas vezes. Vamos pois apresentar-vos o Top Porco 2008. Fizemos o nosso melhor. Espero que apreciem as nossas escolhas:
Porco N.º 1: Os economistas, os media e as organizações internacionais – O Porco n.º 1 premeia toda esta gente, todos empatados no primeiro lugar. É um prémio colectivo para uma grande equipa que manteve o cidadão na ignorância graças a um silêncio rigoroso sobre a realidade. Não deram qualquer aviso ao público sobre a crise que esconderam ou que desconheciam. Espantosamente, são objecto de uma acrescida atenção, falam com uma autoridade nunca vista e reclamam-se do direito a promover soluções radicais. As suas recomendações continuam a beneficiar da legitimidade de uma ciência que não existe e de uma credibilidade que não têm. Em suma, a sua importância política aumentou. Não podia ser mais porco.
Porco n.º 2: Bush – Perante a derrocada económica dos EUA sai discretamente com um discurso de despedida no qual os temas são o iraque e o afeganistão, problemas para os quais os cidadãos americanos se estão a cagar. O seu distanciamento da responsabilidade sobre a crise financeira é total. Distancia-se do desaparecimento de fortunas no Iraque atribuído aos militares de que era chefe, fortunas maiores do que as do caso Madoff. Neste momento anda às compras no centro comercial enquanto o presidente seguinte anda à nora. Não se vislumbra na sua atitude qualquer responsabilidade pela crise. É neste desprendimento que reside a essência do verdadeiro porco. O seus conselheiros mantêm-se no reinado Obama. Um porco exemplar.
Porco n.º 3: Anónimos UE – O que se passou nos EUA também se passou na UE. Mas na UE é que não se vislumbra mesmo ninguém a quem atribuir responsabilidades. Porco. Mais porco na verdade do que o bush. Mas não poderíamos entregar a anónimos a honra de ultrapassar o presidente dos EUA.
O Top Porco não se pronuncia sobre portugal, por ser um país em que não existe liberdade de expressão. Não é, por isso, possível designar o maior porco. De qualquer forma, vocês sabem de quem eu estou a falar…
É este o Top Porco 2008.
Publique-se, com o grande selo Porco-Rei!
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