do correiodamanha:
“Uma mulher de 70 anos que, conforme o CM noticiou ontem, furtou do supermercado Lidl um creme de 3,99 euros, vai mesmo ser julgada por furto agravado. Nesse caso, o Ministério Público do Porto considerou que não se tratava de um valor desprezível e que o processo devia seguir para julgamento.
Também outros dois casos, ocorridos em Matosinhos e Vila do Conde e que diziam respeito a um furto de queijo fatiado (1,29 euros) e quatro queijos de vaca, chegaram a julgamento, depois de os desembargadores da Relação do Porto terem entendido que não se tratavam de valores menores.”
Enquanto os tribunais e as polícias andam ocupadíssimos e empenhadíssimos com estas coisas, pagos (e bem) pelos impostos dos cidadãos, o país é o regabofe que se conhece e os processos sérios arrastam-se anos e anos até à prescrição, a ponto de a Justiça ser dada como inoperante. Temos portanto uma espécie de 2 em 1, ou seja, um roubo que se revela na verdade 2: o roubo da velha – “prendam a velha, prendam a velha!” – e o roubo sobre o contribuinte, ordenado pelos políticos que definem o nosso sistema jurídico e executado ordeiramente pelos juízes, aparentemente pelo menos, em obediência rigorosa às normas em vigor.
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