a cruzada (III)

A proibição de sátiras ao magalhães no carnaval volta atrás. Todos sabemos porquê. Preparava-se uma vaga de fundo de magalhães com gajas nuas em situações obscenas. Um acto revolucionário. Nada assusta mais um fascista do que dois ou três grelos. O nosso fascismo não aguenta isso. É um fascismo assexuado, nojento, torpe e cobarde. Como sempre foi. É o tal fascismo que permitiu aos nossos ditadores beneficiar da tortura e comportarem-se como se dela não tivessem conhecimento. É o mesmo fascismo que permite beneficiar da intimidação ilegítima e fazer de conta que nada se tem a ver com o assunto. É um fascismo anónimo e obediente à hierarquia. Obediente às ordens e aos desejos.

O nosso fascista típico sempre se disfarçou de funcionário. Como os que enviavam pessoas para os campos de concentração. É alguém que afirma obedecer a leis ou regulamentos. Como os que participavam nos tribunais plenários. É um estupor que se afirma sem vontade própria porque é suficientemente cobarde para não dizer que é um porco. O ditador e os porcos vivem em simbiose. O ditador tem os desejos realizados mantendo as mãos limpas. Os porcos têm garantida a impunidade, o anonimato e uma justificação para os seus actos com base no dever.


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Comentários

Um comentário a “a cruzada (III)”

  1. Avatar de escrotinador
    escrotinador

    O melhor das gajas nuas é o pontapé na cona. Põe-as a babarem-se todas… Mais depressa do que se fizéssem uma mamada.

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