A proibição de sátiras ao magalhães no carnaval de torres vedras volta atrás. Afinal a lei que a proibia já não é lei. Deixou de o ser em 24 horas. A proibição levanta no entanto uma questão mais profunda. Como é que no sistema judicial existem hoje pessoas capazes de colocar de forma desabrida em questão a liberdade de expressão que sempre existiu no carnaval? Que poder, cultura ou tradição existe no sistema judicial que permite que alguém, garante da legalidade, coloque em causa essa liberdade de expressão básica sem ser erradicado, despedido com justa causa, de imediato e sem direito a qualquer indemnização?
A resposta é assustadora. Vivemos num país governado pela elite do fascismo. O nosso direito, ou seja, a definição do certo e errado, continua a ser determinado por marcelos e freitas dos amarales, benjamins do ditador fascista. Na verdade, o Marcelo até é um gajo simpático, apesar de admirador inquestionado do padrinho ditador. Mas o Marcelo é só a ponta do iceberg, e a melhor das pontas. O iceberg é constituído por uma mole de gente que sempre foi conivente com o fascismo, seus descendentes, alunos e apaniguados. Uma mole de gente que a democracia reciclou à pressa e que devia ter coincinerado.
Não é de espantar o processo disciplinar ao professor que disse uma piada sobre o sócrates. Não é de espantar a manifestação proibida porque faltava pedir uma autorização. Não é de espantar que polícias visitem escolas para saberem quem vão ser os manifestantes. Não é de espantar o registo dos grevistas. Nada é de espantar, porque vivemos no fascismo.
Deixe um comentário