O ilusionismo é uma arte frequentemente subestimada. O cidadão pensa que ao vivo nunca seria embarretado. Não é assim. Quem não conhece as manobras do ilusionista está absolutamente à sua mercê. Tende-se a subestimar o ilusionismo pensando que os truques todos se resumem a pôr e tirar coisas das mangas. As pessoas ficam genuinamente surpreendidas quando descobrem que é mais do queu isso. Uma amiga minha foi para a cama com um ilusionista. O gajo estava nú e as coisas apareciam e desapareciam na mesma. Como não podia deixar de ser, ela ficou surpreendida, ou, como se costuma dizer, de boca aberta.
Querem-nos fazer crer que, na actual crise, o dinheiro desapareceu num certo momento. E que por isso tem que ser resposto pelo contribuinte. Que se deve disponibilizar para a transferência de massas. Diz-se que pessoas malvadas fizeram desaparecer o dinheiro e que ele tem que ser reposto agora pelo contribuinte. Existem outras possibilidades. Que o dinheiro nunca tivesse existido. Que o dinheiro tivesse desaparecido gradualmente no passado. Que o dinheiro esteja escondido algures. Que não exista crise. Que só agora as pessoas malvadas estejam a receber o dinheiro do contribuinte e a ganhar efectivamente com a crise.
São as lógicas do ilusionismo. Parece que está tudo à vista mas nada está à vista. Perante a falta ou o excesso de informação, cada um contrói uma realidade, uma história. A realidade a sério é outra qualquer.
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