Contos da Tugalândia II

À mesa d’adega da cumadre tia Augusta:

– Boa nôte sô dótor cumpadre. Como vais vocemessê?

– Olha o sô dótor cumpadre! Estou bem cumpadre, bem. Tenh’ andade aqui ocupado c’as eleições cá prá nossa câmra cumpadre.

– E então cume vão as coisas cumpadre. Vamos ganhar?

– Ó cumpadre! Não sei não cumpadre! A nossa cumadre líder está cheia de problemas cumpadre.

– Atão?

– Vão uns jaquinzinhos? Ó cumadre traga lá um prato aqui pró sô dótor cumpadre. Olhe cumpadre o que se passa é qu’a cumadre tem tido aí uns altos e baixos.O cumpadre não bebe nada? Ó cumadre atão e um copo aqui pró sô dótor cumpadre?

– Bela pinga cumpadre.

-É não é? É do cumpadre Pinto lá do Douro. Mas com’ia dizendo, a nossa cumadre tem andado um bocado aos tombos cumpadre. Primeiro nã queria dizer nada, depois desatou a falar e as pessoas entenderam-na male e não há meio d’acertar com a coisa cumpadre.

– É cumpadre assim não tiramos de lá o cumpadre Sousa da presidência da câmra.

– Pois é cumpadre. Isto tá defícil cumpadre muito defícil. Atão e os jaquinzinhos?

– Bãos cumpadre! Muito bons. Aqui a cumadre Augusta é uma especialista. Atão e agora cumpadre o qu’é qu’os cumpadres lá do partido vão fazer? Algum’ ideia?

– Olha já desentirraram aquela história da poçilga que o cumpadre Carlos fez com aquele cumpadre que tá lá fora a lutar p’la vida. Sabe? É do tempo em qu’o cumpadre Sousa tinha o pelouro do não sei quê que acho que era o âmbiente. É cumpadre. Vamos a ver no que isto dá.


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Comentários

Um comentário a “Contos da Tugalândia II”

  1. Avatar de alex

    Bem me parecia que esses gajos bebiam vinho do Douro!
    Mas a história é que não desenrola.

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