sinais

Como toda a gente sabe vem aí o ano novo. Nós comemorámos a passagem do ano um pouco antes e vimos os sinais para o novo ano. O nosso amigo Li Po explicou-nos os sinais.

Foram três os sinais do novo ano. O primeiro sinal foi um homem que estava a falar connosco e que começou, de repente, a arder. O gajo estava a falar normalmente, já um bocado alcoolizado, e disse que “estava calor”. Uma frase um bocado esquisita para uma noite gelada. Logo de seguida as costas do gajo começaram a arder. É o sinal do fogo, da destruição. E da destruição sem aviso, porque surgiu pelas costas. O segundo sinal foi o desaparecimento do resto do bacalhau do meu prato. Um gajo qualquer foi ao meu prato e roubou o resto do bacalhau. Sinal de fome, este vai ser um ano de escassez. O terceiro sinal foi o do vinho. Uma garrafa de vinho enorme, duma grande marca, afinal revelou-se uma grande decepção. Aparentemente, tinham posto lá outro vinho qualquer. Segundo o nosso amigo Li Po, este é um ano em que a ilusão constitui um elemento central.

O nosso amigo oriental não pareceu preocupado com os sinais. O fogo não é só a energia da destruição e da ruptura. É também sexo, muitas gajas. É por isso um bom sinal, um dos melhores. Que se lixe a destruição, se está destruído é porque não fazia falta. A escassez é objectividade e a fome é disciplina, saúde e crescimento espiritual. O vazio, e também o do estômago, é o início de todas as coisas. É um começo portanto, sempre um bom sinal. A transformação dos vinhos é também um bom sinal. É sinal de que este é um ano em que os milagres são possíveis, é um ano em que a criatividade dos mixordeiros está em alta.

so you think you can tell Heaven from Hell,
blue skies from pain.