Um dos clássicos dos filmes policiais é a cena do polícia bom e do polícia mau. Toda a gente a conhece. São truques velhos e não funcionam muito mal. Outro dos clássicos é o dos dois ou mais marginais que se acusam mutuamente para que nenhum seja dado como culpado. Como a justiça não consegue decidir qual é o culpado saem ambos em liberdade como inocentes. É uma técnica velha mas que lá vai resultando perante uma justiça preocupada com formalidades. O nosso herói, é claro, é o gajo que no filme lhes trata da saúde sem ligar a essas mesmas formalidades. Os heróis não se preocupam com pormenores.
A notícia que enche a capa do expresso de hoje é que Dias Loureiro, uma das eminências pardas do PSD, e o Vitor Constâncio, presidente pardacento do Banco de Portugal, se acusam mutuamente das desgraças do BPN. Nunca saberemos a verdade. Diga-se também, em boa verdade, que nos estamos a cagar para isso. Neste filme não há heróis.
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