Os nossos governantes dizem que existe o risco de uma crise como a de 1929. Dá-lhes pinta de peritos falar da crise de 1929. Ao falar do risco de uma crise como a de 1929 estabelecem 1929 como patamar máximo para a crise. Nós achamos que isso é falta de ambição.
Temos motivos de sobra para esperar algo grandioso. O Soros diz que a bolha especulativa tem na verdade 25 anos. O público diz que 71% (?) de proprietários de casas nos EUA deixaram de pagar os créditos à habitação no último trimestre. Belo número. Com todas as dúvidas que esse número me suscita, aqui o deixo. Se for verdade então esta crise já deve pouco à de 1929. A duplicação (!) do valor (?) das casas nos EUA entre 2002 e 2006 é já uma pequena parte do problema. Espantosamente, como alguém dizia, uma pessoa que dá uma queda de uma dúzia de metros pode estar a meio metro do chão e ainda não sentir nada.
Em 1929 os EUA não tinham o peso que têm hoje. E desta vez os EUA venderam créditos para todo o mundo. E o mundo comprou. Esses créditos estão em toda a parte. Nos bancos, nas bolsas e nas reformas. E agora, nas contas do estado. Graças ao voluntarismo dos governantes. Parece pouco? Temos mais. De repente, mais um passe de mágica. Já não é só o dinheiro emprestado aos americanos que está malparado. Todo o crédito ficou malparado. Todos os empréstimos à europa de leste, à ásia ou à américa latina são suspeitos de ser a fundo perdido. Grandes agências de ratings, afinal de conas. Já há vários países de pantanas. Nisto a crise é diferente da de 1929. Em 1929 o estado não colou o seu destino financeiro ao das empresas que caíam em bolsa. Agora sim, e com muito pride. E a lista dos países de pantanas cresce todas as semanas. Agora já inclui a Áustria e a Dinamarca. E talvez a Espanha. A própria UE já está de calças na mão.
Os nossos governantes dizem que existe o risco de uma crise como a de 1929. Dá-lhes pinta de peritos falar da crise de 1929. Ao falar do risco de uma crise como a de 1929 estabelecem 1929 como patamar máximo para a crise. Nós achamos que isso é falta de ambição.
🙂
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