O que é um símbolo? No seu livro sobre sequências automáticas, Allouche e Shallit, (All & Sha, 03), encaram a noção de símbolo como primitiva, e não a definem.
Considere‑se adequada esta atitude. Para haver símbolos tem de existir um sistema cognitivo que os reconheça. Da mesma forma que têm de existir fenómenos para existir tempo. Sem fenómenos a acontecer, o tempo não flúi. Sem sistema cognitivo, os símbolos não emergem dos caos primordial, do ruído de fundo. Sem fenómenos não existe tempo. Sem tempo não existem fenómenos. É o acontecer dos fenómenos que tece o fluir do tempo. É o fluir do tempo que permite o acontecer do fenómeno. Um cria o outro. Um suporta a existência do outro. Sem símbolos não há cognição. Sem cognição não há símbolos. É o aparecimento do símbolo que gera a cognição. É por um acto de cognição que o símbolo é reconhecido. Um cria o outro.
Contempla-se o âmago da criação. ☯
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All & Sha, 03 | J. P. Allouche, J. Shallit: Automatic Sequences ISBN 0-521-82332-3, Cambridge University Press, Cambridge, UK, 2003 |
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