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Porque é que se fala aqui do George Soros? Porque em Maio deste ano publicou um livro no qual anunciava o descalabro eminente do sector financeiro. O livro chama-se The New Paradigm for Financial Markets: The Credit Crisis of 2008 and What It Means. No livro, o Soros avança uma previsão: This is the worst financial crisis since the 1930s. E explica o porquê. Porque estamos montados numa bolha especulativa que andou a inchar durante 25 anos. Mas quem é o Soros? Nasceu na Hungria. Vive nos EUA desde os anos 50. É um dos grandes especuladores dos mercados financeiros. Uma celebridade. É o homem que sózinho, ou muito bem acompanhado, fez uma guerra contra Inglaterra.

Em 1992, a Inglaterra tinha decidido entrar no euro. O Soros tinha decidido que não. Quando se aproximou a altura de a Inglaterra entrar, o Soros desatou a vender libras em quantidades astronómicas. A cotação da libra caíu. O Banco de Inglaterra desatou a comprar libras para que a cotação subisse. A cotação não subiu. Quanto mais durava a guerra, mais dinheiro o Soros ganhava e mais dinheiro o Banco de Inglaterra perdia. O Banco de Inglaterra perdeu a guerra. A Inglaterra ficou fora do euro. E perdeu uma fortuna. O Soros ganhou a guerra. E ganhou duzentos milhões de contos num dia. Ou melhor, em algumas horas. À custa dos patetas dos ingleses. Ministros. Amadores dos mercados financeiros.

O Soros viveu toda a vida na selva dos mercados financeiros. Tem 78 anos. Durante 30 anos, os fundos que geriu renderam 30% ao ano. É suficientemente reconhecido para publicar um livro com um ex-presidente do FED. Desengane-se quem pensa que ele já está cheché. Em 2007 foi o segundo maior ganhador em hedge funds. Ganhou 600 milhões de contos.

O Soros não tem carinha de bebé como alguns ministros das finanças que andam por aí. Enquanto os ministros das finanças avançam para os mercados financeiros, os Soros esperam por eles. Os ministros avançam com o nosso dinheiro, é certo. Mas não percebem nada daquela merda. Nada, mesmo nada. Aquela é uma selva que dizem conhecer mas não conhecem. Na verdade, os ministros com carinha de bebé pensam que aquilo é a selva do Mogli e do urso Balu. Como dizia o coronel Kurz: “São marçanos. Marçanos, enviados por merceeiros.”.

Kurtz: Are you an assassin?
Willard: I’m a soldier.
Kurtz: You’re neither. You’re an errand boy, sent by grocery clerks…

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