A silly season, estação tola, é o período do Verão que vai, mais ou menos, desde meio de Julho até meio de Setembro. Nesse período o espectáculo da política pára e diz-se que os media se enchem de coisas sem importância. É verdade. Tivemos que ler tudo sobre as gajas que o Cristiano Ronaldo espetou, as que ele pensou espetar, as que os media pensam que ele espetou ou pensou espetar, as que acham que ele as vai espetar, as que os media pensam que elas acham que ele as vai espetar e, ainda, aquelas que gostariam que ele as espetasse, o que inclui algumas das minhas amigas.
Existe um conjunto de acordos de cavalheiros que governam a silly season. Aqui vai um resumo dos acordos. Os governos não fazem nada que seja digno de registo durante a silly season. Os media não falam dos governos durante o mesmo período. Os media arranjam umas desculpas esfarrapadas para mostrar umas gajas boas. A gente finge, perante a família, que não sabia que o jornal, habitualmente um pouco mais respeitável, resolveu descascar umas gajas. É um acordo bastante antigo, conforme se pode ver pelo tratado original. Para quem não sabe, este é um acordo internacional, daí a silly season ser conhecida pelo seu nome em americano.
Desta vez, a coisa correu mal. Alguns dos media falharam o compromisso. Revistas como a FHM ou a Maxmen brindaram-nos no mês de Agosto com o mais fraquinho que já arranjaram. Para ver gajas melhores do que aquelas basta-me ir ao supermercado ali em baixo. O governo também falhou, redondamente. O amigo engenheiro não vai em futebóis. Para ele, a silly season é o período em que o cidadão virou costas e está distraído. Ou seja, a altura ideal para actuar. Furtivamente.
Afinal de conas, a silly season não é nada parva. É como algumas gajas que a gente conhece. São parvas, mas não são estúpidas. Aqui vão algumas das coisinhas que passaram incólumes sem ninguém ver, porque a estação era tola. São 3 coisinhas apenas, as que escolhemos para ilustrar a nossa tolinha mais querida: o aumento de capital da caixa geral de depósitos; o pagamento em espécie; e, last but not the least, sua excelência, o secretário-geral.
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