Há 2 ou 3 dias, li num jornal que cientistas britânicos tinham concluído que o polónio encontrado no ex-espião russo, Alexander Litvinenko, tinha sido produzido na Rússia. Um leitor mais atento poderia questionar-se: “Mas o polónio não é um elemento básico da natureza? Não é um daqueles 110 elementos da tabela periódica dos elementos? Então é um dos axiomas da natureza, do universo como o conhecemos(1) e por isso não pode ser produzido: já existe. Os axiomas não se demonstram à custa de outros elementos: são a própria base das demonstrações.”
Mas, caro leitor atento, alguns dos elementos básicos da construção do universo são demasiado instáveis para existirem livres na natureza: rapidamente se decompõem noutros elementos. Aliás, os últimos elementos da tabela periódica foram todos criados em laboratório e o seu tempo de vida após a criação é de alguns segundos apenas. E o polónio é um desses elementos: existe em quantidades diminutas, mas pode ser sintetizado em ambiente laboratorial.
Trivia: O polónio existe no fumo do tabaco de folhas fertilizadas com fosfatos. O polónio dissolve-se rapidamente em ácidos, mas dificilmente se dissolve em álcalis. Conclusão: Façam uma alimentação alcalina (arroz integral e vegetais bem cozinhados, com sal) e podem fumar sem serem afectados pelo polónio!
(1) Sim, porque há outras formas deste universo que nós não conhecemos, ou melhor, que não presenciamos: os núcleos das estrelas, o interior dos buracos negros, etc., onde as leis que relacionam a existência têm aspectos diferentes dos que presenciamos diariamente.
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