lições da vida doméstica

A paixão por homens casados já vendeu muitos filmes. E livros, porque as mulheres lêem livros. Um dos dramas das mulheres é a paixão por homens casados. Dá sobretudo nas mais aventureiras, mas um pouco em quase todas. Curiosamente, é sobretudo um drama das gajas boas. Ser gaja boa é uma armadilha. Uma gaja boa habitua-se à ideia de que ninguém lhe diz não. Há um dia em que obriga o homem casado a fazer uma escolha. E fode-se.

Fode-se porque o homem casado não parece excepção, mas é. Uma gaja extra é uma coisa boa. Muito boa. Dispendiosa. Mas não tão dispendiosa como uma ex-mulher. Mesmo quando a gaja extra é de melhor qualidade. E esse é um problema grave. É aí que a paixão pelos homens casados corre mal. Quando obrigados a decidir, os filhos da puta não decidem. Ficam com o traste da ex-mulher.

Vem isto a propósito do serviço nacional de saúde. Vê-se logo. O governo vai obrigar os médicos a trabalhar em exclusividade. Ou seja, a não acumular o público com o privado. Obrigá-los a decidir. Os hospitais públicos vai ficar sem médicos. O governo sabe disso. É uma forma de acabar com os hospitais públicos.

P.S.: Existem 11 000 médicos no Serviço Nacional de Saúde que estão a tempo parcial. Imaginem o que acontece se uma percentagem significativa se for embora. Junte-se a isto o pequeno número de novos médicos que portugal produz por ano e percebe-se que o estado faz os possíveis para acabar com os hospitais públicos. Vai conseguir.

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