Preliminares
Uma história clássica muitas vezes contada é a do José Merdas. O homem tinha aquele nome. Foi o nome que lhe deram quando nasceu. Às tantas já era insuportável viver com aquele nome. Decidiu mudar de nome. E lá foi tratar das burocracias para mudar de nome. Não era fácil, porque as leis não facilitam a mudança de nome. Apesar da dificuldade, e atendendo a ser um caso muito especial, os funcionários acederam a que fosse feita a mudança de nome. E mudou. Disseram-lhe para escolher o nome que quisesse. Passou a ser António Merdas. É pois da subtileza da diferença entre um josé merdas e um antónio merdas que se trata na história seguinte.
Parte I
O jornal News of the World publicou uma notícia segundo a qual o presidente da FIA tinha sido caçado numa orgia sadomasoquista nazi. A FIA é a organização que controla o desporto automóvel, coisas como a Fórmula 1. A notícia caíu bastante mal. Um país árabe em que se ia realizar uma prova disse logo que não queria o fulano por lá. Em Israel a notícia não caíu melhor, como se pode calcular. Para surpresa de muitos, o homem lá se aguentou no posto de Presidente.
Part II
O jornal que publicou a notícia, o News of the World, foi obrigado por um juíz a indemnizar a repugnante criatura. O argumento do juíz é notável: sim, houve uma “festa” sadomasoquista, sim, com todos aqueles ingredientes, mas não, não estava provado que isso significasse uma exaltação dos ideais nazis.
Conclusão
Também estão bem governados de justiça, os ingleses. O conceito de justiça de lá diz que aquilo faz parte da intimidade e da privacidade do homem. Muito ciosos da privacidade sim senhor, os ingleses. Uma câmara em cada esquina. Por toda a cidade. Aparentemente não há ilícito em contratar putas. Não há tara no sadomasoquismo. É tudo gente normal. Gente digna, respeitável. Gente a quem podemos, e devemos, entregar a governação das nossas instituições, dos nossos governos, das nossas empresas, das nossas escolas, dos nossos hospitais, dos tribunais, dos bancos, dos mercados financeiros, das farmacêuticas, das centrais nucleares, dos exércitos e polícias, da nossa sociedade.
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