Reconciliei-me com os The Doors.
No início da semana o Valter estava a ouvir o An American Prayer e a dizer muito bem dos Doors e eu comentei que aquele era um disco póstumo, compilado e tocado vários anos depois do JM ter morrido. Ele não acreditou em mim e afirmou que tinha sido gravado em 70. Tive que ir à fonte da verdade (a net@, aquela que nós, Chornal, ajudámos a tornar na maior das mentiras com a criação deste chornal da treta… sim putos netinhos é verdade), mas continuando, tive que ir à net@, à Wikipédia, mostrar ao Valter que o disco era mesmo póstumo. Ele concluiu: “Pois, tu viveste nessa altura – que é como quem diz: ‘tu és um velhadas’ – e é por isso que sabes”.
Nos dias que mediaram desde então, apeteceu-me ouvir diversas músicas dos álbuns que tenho ou tive dos Doors. Tive vários em vinil, mas quando decidi trocá-los por CDs, comprei apenas dois. Em relação aos outros, disse aos compradores do vinil: “São muito bons, mas vou comprá-los em CD”. Isto foi em 1987, eu era o único detentor de um leitor de CD que eu conhecia e a conversa até parecia verdadeira, mas na realidade consegui desfazer-me do Strange Days, do Waiting for the Sun e outras merdas. Não me apetecia ouvir música de um gajo que passava o tempo a consumir drogas, de um gajo que não o conseguia pôr de pé.
Mas hoje não resisti e ouvi o Riders on the Storm, do L.A.Woman, e o An American Prayer todo. E fiquei surpreendido: toda a música americana dos últimos 30 anos está naquele disco: desde o Jazz Rock dos Steely Dan ao Jazz de trazer por casa da Sade Adu, do JCS – a Opera Rock do Andrew Lloyd Weber – aos samplers De La Soul, da salsa do Carlos Santana ao hip hop dos Black Eyed Peas, dos temas Western Spaghetti do Enio Morricone ao psicodelismo dos Pink Floyd.
Valter, confesso, eu também comprei o An American Prayer a pensar que tinha sido composto pelo JM.
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