Em 94, à beira do Mar Salgado, com o sol por detrás de Massada, e a neblina a levantar-se…
Um judeu ortodoxo, numa carrinha de sete lugares sobrecarregada de familiares, ficou atolado nas areias cristalizadas das margens do lago.
Deixei a Maria e o mais velho – na altura com cinco meses – e fui empurrar a carrinha, enquanto o homem, esguio, de tranças e chapéu chato, e preto como a restante roupa, acelerava.
Quando me viu saiu do carro e gritou, numa língua ininteligível, para me afastar, para deixar de ajudar.
Seria da minha pele escura, queimada do sol? Ou não queria ajuda nenhuma? Apenas ajuda divina?
Ignorei-o e obriguei-o a aceitar a minha presença. Entrou no carro e acabou por sair dali.
(fotos, quando tiver tempo para digitalizar todos aqueles rolos de diapositivos)
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