Acabou agora o último episódio da série “Bombeiros”, uma série americana mas, apesar disso, suficientemente incorrecta para eu gostar dela. Tão incorrecta como os Malditos do Visconti, ou o La Luna do Bertolucci; tão realista como uma conversa de homens numa cervejaria, com mais cervejas e caralhadas que palavras.
Nada daquelas estorinhas lineares do 24 (teoria da conspiração requentada), ou das piadas razoáveis do CSI – ainda assim inferiores às do Rex, o cão polícia, o que não admira, pois este é europeu – que só se safa porque consegue bombardear a nossa percepção com efeitos tecnológicos, sem nos dar tempo para pensar se os imediatamente anteriores eram realmente possíveis.
Não. Os bombeiros não têm nada disso. Pelo contrário, são histórias densas e sentidas. Se lhes descontarmos o choro infantil do 11 do 9, encontramos coisas que os homens fazem todos os dias, ou com que, pelo menos, se identificam: concursos de medir pilas; repetidamente chatearem-se com a ex-mulher e irem comer uma namorada qualquer; assobiar a uma boazona que passa; and so on.
Grande série. Foi pena ter acabado.
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