Justiça de elites


Não há justiça em Portugal.

A justiça que existe – e vai com minúscula porque não é universal – é apenas para as elites. As pessoas comuns não têm acesso à justiça. E não têm acesso porque esse acesso foi-lhes cortado, estrategicamente, com custas exorbitantes e inalcançáveis.

Há uns anos, uma operadora de telecomunicações mudou de mãos e, no meio de papeladas perdidas, recebi um processo em casa. Não havia motivo nenhum para aquele processo, onde me acusavam de uma dívida de umas centenas de euros.

Telefonei para a empresa – do Belmiro – e não consegui que me ouvissem. Para poder apresentar defesa em tribunal – em minúsculas pelo motivo anterior – tive que pagar 97 euros. Caso contrário, era considerado um processo sumário e eu passava automaticamente a condenado.

Depois de quase trezentos euros pagos ao tribunal, telefonou-me a advogada do Belmiro a perguntar porque é que eu me queria defender. Expliquei-lhe e eles retiraram o processo.

Telefonei, depois, para o Tribunal e disseram-me que me iriam devolver o dinheiro. Já passaram 10 anos.

Onde está a Isabel do Carmo?


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