O cérebro também deslaça.
Os neurónios despegam-se uns dos outros, deixam de comunicar, e a pessoa vai-se perdendo num mundo de pequenas estrelas que brilham à sua frente e desaparecem. Vão e vêm, e são esquecidas.
É triste de se ver, um cérebro deslaçado. Os olhos mantêm o olhar, a pessoa olha para nós, mas será que nos vê? Talvez. Mas não nos reconhece. E até fala. Mas não consegue articular as palavras e dizer uma frase com sentido, ou ter um discurso coerente durante um ou dois minutos.
É um saco de células quentes a vaguear entre os obstáculos. Sem embater. Mas se esbarrar? Aleija-se? Tem dores? Provavelmente não se lembra.
[em (des)construção]
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