Plantei uma aveleira (Corylus avellana) pequena, há dois ou três anos atrás. Neste inverno de 2016, disseram-me, num jantar de fim de um curso, que havia aveleiras macho e fêmea e que eu precisava de duas aveleiras para poder ter avelãs. Procurei na net@ e encontrei alguns sítios que corroboravam essa informação. Quis saber como se distinguiam as aveleiras machos das fêmeas, mas as descrições textuais que encontrei – sem imagens – não me permitiram perceber isso de imediato. Num centro de jardinagem, que vendia aveleiras, fiquei com a mesma dúvida: disseram-me que eram precisas duas, mas não sabiam distinguir machos de fêmeas.
Hoje decidi tirar isso a limpo. Consultei um sítio espanhol, que tem umas traduções execráveis para português e inglês, e comecei a aperceber-me de que essa “história” das aveleiras macho e fêmea talvez não fosse verdadeira. Tive que traduzir todos aqueles termos técnicos para português correto e fiquei com o seguinte texto:
Floresce na primavera, dando flores masculinas e femininas em diferentes ramos, reunindo-se as masculinas em amentos cilíndricos com cerca de 5 cm pendentes e de uma cor amarela, dourada. As femininas, por outro lado, são insignificantes, sendo um pequeno óvulo verde e inchado com um fino estigma vermelho, do qual surgem as avelãs.
Imagem das flores masculinas (da Wikipedia)
Eis uma imagem da estrutura de uma flor, que tirei da InfoEscola para se perceber melhor o texto acima e o da Wikipedia também.
Note-se que há algumas diferenças entre as descrições da aveleira, entre o sítio espanhol e a Wikipedia.
Procurei de novo na net@, agora com o nome que Lineu deu à aveleira: Corylus avellana. Queria consultar um artigo científico de algum instituto ou universidade, mas não encontrei e tive que me cingir à Wikipedia. Não está explícito que as flores masculinas e femininas nascem na mesma árvore mas, como não diz o contrário, assumo que são ambas produzidas numa única árvore.
Portanto, a existência de aveleiras macho e fêmea é um mito; e, muito provavelmente, um mito urbano.
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