PERDER OS TRÊS VINTÉNS
Ou, abreviadamente, PERDER OS TRÊS.
É a expressão popular que refere a jovem que acaba de perder a virgindade.
Antigamente a maioria dos casamentos, era resultado de arranjos familiares. Isto incluía todas as classes sociais. Havia pontos importantes a discutir, tais como o dote e a boa conduta da noiva já que muitas vezes era uma total desconhecida. Era então necessário incluir um “Atestado de bom comportamento” passado por uma autoridade local. Estes atestados existiram até ao 25 de Abril de 1974 e conheço pessoalmente casos a quem o Presidente da Junta de Freguesia o passou para poderem casar.
Se a autoridade que passava o atestado tivesse dúvidas podia pedir uma certidão de virgindade. É aqui que entra a moedinha. A certidão era passada pela parteira da terra e, para isso, tinha de fazer um teste de virgindade. O teste consistia em colocar sobre o hímen da jovem uma moeda de três vinténs. Se a moeda passasse para dentro a jovem “chumbava” no teste. Os três vinténs eram também o pagamento da parteira que então passava o “Atestado de Virgindade”.
Chegaram alguns aos nossos dias e por vezes são anedóticos, como é o caso do que está no Arquivo Distrital de Viseu sem data, mas que se crê ser do início do séc. XIX, e que reza:
Eu, Bárbara Emília, parteira que sou de Coira, atesto e certufico pula minha onra, que Maria de Jesus tem as partes fudengas tal e qual como nasceu, insceto umas pequenas noidas negras junto dos montes da crica, que a não serem de nascença, serão porvenientes de marradas de pissa.
Era habitual, sobretudo no Norte de Portugal as mães ofereceram à filhas adolescentes uma moeda de três vinténs suspensa de um fio, com a recomendação simbólica de que a deviam guardar e nunca mostrar até à noite do casamento.
Esta tradição aparece em quadras e autos antigos.
(texto sacado da net@)
E agora o meu contributo.
Uma amiga minha de juventude, amiga de há uns trinta e tal anos, apareceu ontem na esplanada com uma conversa inovadora: já há muito que tinha perdido os três, mas agora perdeu os quatro. E continuou: “Eu antes tinha dois buracos, mas agora, aqui com o meu preto, tenho três buracos. Sim, eu tenho três buracos.” E não se calava. Até que o “preto dela”, aparentemente ligeiramente incomodado, pediu-lhe para fechar a matraca… 🙂
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