Jaquim e Deolinda


A história do amor proibido de Joaquim e Deolinda ficou sempre por contar devido à ameaça de grandes desgraças que impenderiam sobre o Povo Português. Mas com o BPN, o BES, o diretor do SEF entre outras, que mais desgraças se podem abater sobre nós além da subida do IVA, dos escalões do IRS, da sobretaxa, da falência da segurança Social, etc., etc., etc.? Então lá vai: A estória de amor proibida de Jaquim e Deolinda.

Deolinda era uma jovem Deusa que desde muito nova decidiu que havia de ser a Deusa da Música e das Artes, como a tia Albertina. Um dia a tia Albertina ausentou-se do Monte Alentejano para nunca mais ser vista e ouvida, diz-se, atrás de um dragão. Fugiu para as terras do Norte onde se diz que veio a ser a deusa do futebol, mas esta uma estória para ser contada noutro dia.

Com o afastamento da tia Albertina, Deolinda passou a ser a Deusa da Música e das Artes como desejava desde catraia. De tão contente elevou a sua bela voz tão alto que a mesma foi ouvida por Jaquim na profundeza dos mares. Imediatamente subiu até á praia da Costa da Caparica (era mais facil de passar despercebido do que em Portimão) seguido pelos seus inesgotáveis Jaquinzinhos (para grosso gáudio dos pescadores da Costa que, de tanto peixe que pescaram, foi-lhes dado o nome à principal rua da localidade: A Rua dos Pescadores).

Mas dizíamos nós, a voz maviosa de Deolinda ouvia-se por toda a parte (mas apenas pelos Deuses), e Jaquim apaixonou-se sem retrocesso pela voz. Quando a viu, apaixonou-se pelo resto.

Deolinda, ao ver Jaquim, coberto de algas e estrelas do mar, olhando os olhos de cor castanho profundo como as àguas do Dafundo, sentiu-se irremediavelmente arrebatada e quis fugir mas, ao lembrar-se da tia Albertina achou: “Nããã. É melhor ficar quietinha e não fazer os mesmo disparate da tia, que ainda perco o lugar…”

Imediatamente Jaquim foi ter com o irmão, o grande deus Zé (pensavam que não ia aparecer? Pois, enganaram-se :)) e pediu-lhe a mão de Deolinda em casamento. Zé disse: “Não”. Jaquim perguntou: “Porquê?”. Zé respondeu: “Porque não!”. Jaquim interpelou: “Agora a sério?”. Zé meneou a cabeça: “(movimento da cabeça a abanar)”. Jaquim gritou: “DIZ LÁÁÁ!!”. Zé riu-se: “(LOL)” e disse, de seguida: “Vocês são primos”. Jaquim olhou incrédulo e perguntou: “E o que é que tem?”. Zé retroquiu: “São primos. Pronto!” e acrecentou: “Não podem casar, já disse”.

Desalentado, Jaquim regressou á Costa da Caparica, mas levou Deolinda consigo. Foram dar uma volta pela Costa a conversar, foram até à praça ver o peixe e depois ele lembrou-se: “Conheço um sítio simpático onde podemos, ahm, conversar mais á vontade. Chama-se Capuchos”. E foram até lá, viram o sol a pôr-se no mar e ficaram toda a noite, ahm, a conversar mais “à vontade”.

Depois, por causa da proibição do irmão Zé, Jaquim propôs que não se voltassem a encontrar para evitar a ira do grande deus Zé, e foi assim que se afastaram para sempre. O deus Jaquim teve muitas mais paixões, mas nunca mais esqueceu a sua Deolinda.

Passado alguns meses (menos de dez, topam) nasceu uma bela menina a quem foi dado o nome de Ana pelo lado da mãe e Bacalhau pelo lado do pai.

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