Cobardolas?

O poder legislativo neste país está na mão de uma gente sem nome. Pelas cedências que fazem e que irão ter custos no futuro para todos nós poderíamos julgá-los apenas uns cobardolas.

Mas a verdade parece ser pior que isso. O que está em causa é mesmo o favorzinho e o empregozinho. Mesmo que “legalmente” passem os prazos, os casos estão à vista.

Por detrás de toda a arrogância governante estão cada vez mais as trocas de favores. O lugar para o filho, irmão, primo, mulher ou amante que não têm que ir para a fila das Delegações da Segurança Social onde podem ser tratados como escória. Não. A esses estão reservados lugares de monta (mas vazios de conteúdo que é para não estragarem nada).

Por trás da arrogância da governação está o assegurar de um cargo para o próprio, que ainda não está em idade de se reformar. Mesmo que para isso se hipoteque o futuro dos filhos dos outros.

E isto estende-se a todos os chamados “partidos da área do poder”. Todos eles são lágrimas de crocodilo pela família e pelo bem estar embora, de facto, se estejam a cagar para outra família que não seja a deles. Cagando e andando para o bem estar de outros que não sejam eles e alguns amigos chegados. Todos estão prontos para vender a mãe (e o pai que assim se livram logo dos velhadas duma vez) por um prato de lentilhas ou dez reis de mel coado.

E a populaça vai atrás, mantendo-os no poder pelo voto, abdicando e dizendo que o trabalho é a sua política. Um povo que se vai deixando escravizar, vivendo modelos inalcançaveis de futebolistas, cantores, entrevistadores e toda uma camada de comedores de croquetes que pululam em revistas, jornais e televisões mostrando as pernas e as mamas plásticas, para nos encherem o olho e manter mansos.

Um povo que vai ouvindo os arautos da nova religião do Deus Mercado (que tudo resolve – até ver a bem dos ricos) justificando o negrume do futuro com chavões que nos são enfiados pelos cornos abaixo para ficarmos perfeitamente conscientes de que nada podemos fazer a não ser confiar nessas mentes elevadas da “área do poder”, de que eles são porta-vozes.

Desculpem, faltei à diálise… Tenho que ir tomar o remédio para controlar estar deriva anarquista. Perdão senhores Silva e Sousa. Isto já passa.