Hoje faço 50 anos de casado. O facto de ainda não ter 44 anos de vida é apenas um pormenor. Para comemorar vamos a um restaurante japonês decente: o AYA 2 ou o Novo Bonsai. Isto está uma crise: antes ia ao japonês por tudo e por nada, mas agora… só mesmo comemorações. O que vale é que há sempre muita coisa que comemorar…
Nas minhas voltas pela net apercebi-me de que os neteiros, ou netinhos, não têm noção nenhuma do que é comida japonesa, por isso é importante informá-los do seguinte: há muito poucos restaurantes japoneses decentes em Portugal e na zona de Lisboa, que é a que conheço melhor. Há umas semanas encetei o princípio de uma discussão sobre restaurantes japonenses no site do Macaco e a desinformação (ou a falta de gosto na boca) era total.
Não basta comer arroz branco enrolado numa alga castanha para se poder afirmar que se comeu comida japonesa. Não basta levar um copo pequenino com uma bebida alcoólica transparente à boca para se afirmar que se bebeu sake. Não basta comer um pedaço de peixe em cima do arroz para se afirmar que se comeu sashimi.
E é exactamente pelo sashimi que vou começar. O peixe crú é um dos pontos de excelência da cozinha japonesa. O peixe tem que ser fresquíssimo, ou o cliente arrisca-se a sair morto da aventura. Por isso, os maus restaurantes ou os restaurantes de imitação não oferecem sashimi. Um exemplo destes maus restaurantes é o Fuji, na Costa de Caparica: o peixe crú é todo cozinhado!
Depois temos o sake. Os japoneses distinguem muito claramente as diversas bebidas fermentadas de cereais, dando-lhes nomes diferentes, desde o sake à zurrapa. O sake é doce, alcoólico, fermentado, mas não é ácido. E o pretenso sake que servem nos restaurantes pseudo-japoneses é ácido e agoniante, feito na China. Quem prova não quer experimentar de novo.
Para além dos sushis, que podem ser bem ou mal enrolados, a cozinha japonesa tem muitas outras especialidades como tempura, sukiyaki, yakitori, pickles variadíssimos, pratos de massa (soba ou udon, e eventualmente ramen, que é massa chinesa).
Os bons restaurantes têm ainda a característica de ter menus que variam diariamente; os empregados não servem à mesa armados de sabre; e até podem ser paquistaneses como no AYA 2.
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