Fui convidado para uma festa na Embaixada.
Estavam lá todas as caras conhecidas das revistas cor-de-rosa e mais os embaixadores, militares e outros esfaimados que ajudam a compor o ramalhete de uma festa social comemorativa como esta.
Choquei várias vezes com o Rei – que não trouxe a Rainha – tal era a densidade e exiguidade do espaço para tanta gente. Enquanto comia e bebia, de cotovelos colados ao corpo, fui atropelado por duas diplomatas magrebinas que se desculparam – “sorry” – e lá seguiram, de sapatos de salto alto, três números acima do seu pé, e tombados para dentro, de forma a poderem assentar os calcanhares no chão.
A diplomata sérvia colocou-se na frente da fila para provar as iguarias mais requisitadas, com duas dezenas de convivas enfileirados a reprovar-lhe a atitude, mas a altura e beleza do seu corpo, volume das mamas e rabo, e doçura na voz quando disse “desculpem mas não conheço a cultura desta país”, permitiram perdoar-lhe a sua atitude menos cívica. Ainda tentei levá-la para um canto mais reservado, mas os dois palmos de altura que tinha mais do que eu, fizeram-me desistir sem perder a face.
Empresários, capitães de mar-e-guerra, jornalistas e barões sem posses preenchiam a sala e devoravam os pratos de comida que chegavam continuamente. E a comida que não conseguiam engolir desviavam-na para os bolsos, quais Totòs numa comédia ácida italiana.
Quando me cansei de comer e beber no meio daquela confusão, fui para a sala dar apoio à Maria que já estava a ser assediada pelo embaixador da …, de um país do Golfo da Guiné. Queria levá-la para casa dele, apesar de eu estar ali, não parou de insistir em convidá-la…
Que grande rebaldaria. Se calhar devia mesmo ter comido a diplomata sérvia, ou lá o que ela era.
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