Res Publica

Res Publica, ou coisa pública, palavra na base do termo República, ideia que os anglo-saxões usam com o nome de Commonwealth, é coisa que já não existe em Portugal.

A primeira República teve a sua génese no ato corajoso de Manuel Buiça que assassinou o monarca D. Carlos e foi assassinado logo de seguida, em retaliação, pelas forças de segurança, apesar de, teoricamente, não existir pena de morte em Portugal, e haver instâncias judiciais para julgar e condenar estes atos.

Em 28 de maio de 1926, a República foi interrompida pela instituição do Estado Novo que tomou posse da coisa pública, que deixou de ser do povo, deixou de ser pública, deixou de ser Res Publica. Foi o fim da primeira República.

No 25 de abril de 1974, a Res Publica foi reposta e com ela entrou em vigor a segunda República. Foi há 38 anos.

Não consigo demarcar o fim da segunda República, mas já terminou. Talvez tenha sido no dia da nacionalização do BPN, a 5 de novemvro de 2008. Ou talvez antes, nos dias de ouro do PM Cavaco em que o Miguel Cadilhe mudava as leis todas as semanas para poder comprar e vender imóveis sem pagar impostos. Mas, independentemente da data, já não há República em Portugal. Vivemos um Novo Estado de coisas. Um Estado Novo onde meia dúzia de milionários nos exploram por via dos seus 230 delegados que se reúnem em S. Bento, onde todas as semanas engendram novas formas de escravidão.


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Comentários

2 comentários a “Res Publica”

  1. Avatar de Berlusconas
    Berlusconas

    Aproveita! És mesmo tótó.

  2. Avatar de Zuruspa
    Zuruspa

    Alex, gostei, mas ressalvo pequenos pormenores.

    1 – Alfredo Costa ajudou Buíça, e foi também assassinado pelas forças de segurança
    2 – Para todos os efeitos, o Estado Novo foi uma forma de república, com a sua CPRP 1933, embora como tu dizes e muito bem, a Res Publica tenha sido sonegada por uma minoria. Logo a 25 de Abril de 1974 lançou-se a primeira pedra do que veio a ser a III República.
    3 – De entre os 230 delegados, felizmente ainda existem alguns que näo servem os milionários. Infelizmente, säo é poucos. Mas näo contentes agora os delegados que realmente servem os milionários querem que ainda sejam menos, diz que é para controlar custos.

    “Novo Estado”, que bela descriçäo (vais a ver se o Relvas näo o arrebanha para dar nome à “refundaçäo do Estado”), agora que a Res Publica está a ser rapidamente sonegada pela mesma minoria…

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