história económica de portugal (100 anos em 50 linhas)

O país chegou aqui, à beira da falência. Agora precisam-se culpados. Sócrates, o culpado óbvio. Agora, vem o saudosismo. Do cavaco. Quiçá do Salazar. Para resolver isso aqui estamos nós.

Salazar? Uma inteligência, é o que nos dizem. Uma aldrabice. Com Salazar, fomos sempre um país miserável e uma economia de merda. Na década de 50, quando toda a gente na europa andava de carro, os portugueses nem dinheiro tinham para 1 par de sapatos. Os portugueses passavam fome e toda a espécie de privações num país com uma economia anémica. Salazar, um gajo tão estúpido que não percebe que com 10 milhões de habitantes Portugal não podia manter colónias nas barbas de uma Índia com 1000 milhões de habitantes. Salazar, uma besta quadrada. Um homem que decide ir para a guerra colonial quando todas as grandes potências europeias tinham acabado de perder as colónias. Um homem que acha que com 10 milhões de pelintras, uma economia rural e um exército inexistente, consegue manter as colónias africanas que a França e a Inglaterra não conseguiram. Salazar, um analfabeto que, em resposta ao início da guerra colonial, decide enviar meio milhão de colonos para essas mesmas colónias. Para voltarem 13 anos depois, da maneira que se viu e que toda a gente com dois dedos de testa previa pelo mundo fora.

Cavaco? O responsável máximo pela não-competitividade da nossa economia. O homem que negociou a paridade do escudo face ao euro com que hoje vivemos. Uma paridade que facilitou as importações, que destruíu o aparelho económico, que fomentou os gastos das portuguesas em viagens inúteis e que assassinou o turismo do Algarve. Cavaco, o homem do modelo demente de exportações que ainda hoje temos: autoeuropas e quimondas, empresas com um único cliente, a casa-mãe na Alemanha. Cavaco, o verdadeiro homem do endividamento. Sim, Cavaco, o homem das estradas e das grandes obras feitas com dinheiro europeu. Uma mentira, dinheiro sempre completado com dinheiro do estado português que nunca o teve, porque não há memória de um superavit. Na prática, cavaco é o grande homem das obras feitas à custa do endividamento duradouro do estado.
(como se isso não fosse pouco, cavaco é o homem do aeroporto de Alcochete, dos amigos do BPN, da SLN/BPN que comprava terrenos em Alcochete, do BPN que custa ao estado 2 mil milhões de contos, do BPN que colocou as contas do estado KO)

Sócrates? Um demente que perante um pais falido insistia em aeroportos e TGVs. Estranhamente, não o podemos acusar por nada disso. Porque nada disso aconteceu. De relevante, o Sócrates apenas fez as parcerias-público privadas na saúde. Um roubo gigantesco, sim. À parte isso, não o podemos acusar de mais nada, a não ser de meter nojo. E já não é pouco.

P.S.: Pronto. Aqui está a história económica de Portugal dos últimos 100 anos. A história económica de Portugal é feita de 3 personagens: Salazar, Cavaco e Sócrates. Porque foram os gajos que estiveram mais tempo no governo. Salazar (40 anos), Cavaco (10 anos), Sócrates (10 anos). Juntos totalizam 60 dos últimos 100 anus. Quem quiser respostas óbvias pode continuar a ler e a ouvir o César das Neves e o Álvaro Pereira. Quem quiser saber a verdade, aqui a tem.


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Comentários

8 comentários a “história económica de portugal (100 anos em 50 linhas)”

  1. Avatar de OMandelinhaDaDamaia
    OMandelinhaDaDamaia

    Gráfico interessante.
    O Sócrates fica a parecer um santo e o Cavaco um facínora.
    Nem mesmo Goebels faria melhor…

  2. Avatar de OMandelinhaDaDamaia
    OMandelinhaDaDamaia

    Q: Porque é que a dívida pública aumentou?
    R: Para podermos aproveitar dos “Fundos Europeus”. Que nos pagavam um desde que lhes comprássemos 3 ou 4.

    We wont get fooled again! -The Who-
    Ai não que não vamos… -THe Mandelinha…

  3. Avatar de transmutante
    transmutante

    Ainda o ministro da economia, Álvaro Pereira, antes de ser ministro, claro. Nesse tempo o álvaro Pereira vociferava só contra o sócrates mas os gráficos que apreentava no seu site mostravam que a evolução da divida do cavaco não era melhor.
    http://desmitos.blogspot.com/2011/03/casa-dos-horrores.html

  4. Avatar de Maquiavel
    Maquiavel

    Explica lá essa do “Para podermos aproveitar dos “Fundos Europeus”. Que nos pagavam um desde que lhes comprássemos 3 ou 4.”

  5. Avatar de OMandelinhaDaDamaia
    OMandelinhaDaDamaia

    Alguma vez tentaste usar um fundo europeu?
    Eu explico:
    Para um projecto de 100, tinhas direito a 25% a fundo perdido, mais 25% emprestados, mais 50% com que tinhas de entrar.
    Basicamente os fundos europeus (PEDIP, …) tinham sempre três componentes: O fundo perdido, o crédito e o investimento próprio.
    – – –
    Diz lá se não é um esquema tipo uma senha de descontos McDonnald para comprares o que não precisas nem tens dinheiro para pagar?

  6. Avatar de Maquiavel
    Maquiavel

    Entendi-te.

    Mas lá estás tu a ver as coisas “à tuga”! 😀 Eu explico:
    Os fundos europeus foram pensados para financiar obras *necessárias*, que de outro modo teriam de ser financiadas *totalmente* por crédito e fundos próprios, arriscando-se a näo ser feitas.

    A minha empresa já fez uma resma de projectos de inovaçäo (alto risco) co-financiados pelo programa Leonardo da Vinci, onde a Comixäo Zooropeia nos paga 50%. De outro modo näo os faríamos, ficavam na calha porque os juros seriam altíssimos, e lá se ia as inovaçäo.

    Claro que no Tugal dos chico-espertos, a coisa foi diferente: “Ah, os gajos pagam 25%? Entäo vamos fazer as auto-estradas que precisamos e as que näo precisamos, ina meu o regabofe!” e esse foi o problema. E o pagode aplaudiu, afinal, qualquer freguesia recöndita exigiu auto-estrada.

    Eu näo vou ao Merdonalds, se quisesse comer lixo ia ali ao contentor, mas entendo a analogia. 😉 Sim, aqueles descontos de 10% se gastares 50€… que eu normalmente mando para reciclar! 😀

  7. Avatar de Zuruspa
    Zuruspa

    Metam esse “crescimento” em % do PIB e verão que só Guterres diminuiu a dívida pública relativamente ao ano de entrada, e mesmo assim à rasca. É um fartote.
    Baixou-se a dívida pública “só” de 60% para 50% do PIB, mesmo a tempo da re-eleiçäo. Ui ca maravilha. Depois voltou quase ao mesmo.

    Alguma vez houve superavite orçamental? NUNCA! O Cavaco é um facínora, SIM, foi no tempo dele que se tomaram as medidas de “revitalização da economia” (vulgo privatizações e auto-estradas) e entraram mundos e fundos europeus. Esse suposto “génio da Finança” (tanto como o outro) era suposto fazer os investimentos necessários suportados pela CEE, e o montante a fundo perdido contribuiria para reduzir a dívida pública. Não, foi alcatroar e abetonar a eito, e a dívida pública sobe sobe qual balão. Os outros ainda ajudaram mais à festa. Agora temos auto-estradas vazias e subsídios à Brisa e Ascendi a pagar. Com o 13.o mês e Subsidio de Natal.

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