Passos é imaturo, todos o dizem, e têm alguma razão. Já ouvi na rário, na TV e li nos jornais. Mas não é tudo. O puto nasceu no ano da graça de 1964, sob o signo do dragão e da energia fogo do feng shui. E é aqui que está o busílis do problema. Ele é fogo. Como a maior percentagem dos presidentes americanos (Clinton, Bush bêbedo, e muitos outros). Os americanos gostam de fogo, são um país fogo. O cereal da América é o milho, um cereal fogo. Têm atitudes fogo, pensamentos e comportamentos fogo. Mas o que é o fogo afinal?
Para o Fogo tudo gira em torno da fama e do sucesso. É por isso que os americanos têm um pensamento binário ou dicotómico: para eles só há pessoas de sucesso e falhados (os famigerados loosers). Não se ouve outra coisa vinda da boca de um americano. O Fogo está em toda a parte (consegue marcar 3 reuniões para o mesmo dia e hora: uma em Lisboa, uma no Porto e outra em Faro… e estar em todas ao mesmo tempo… Claro que duas delas começam mais tarde, mas os convivas esperam pela grande estrela fogo sem a qual a reunião não tem início.
O Fogo tem outra característica interessante: é muito volúvel: é a volubilidade cristalizada. Consegue, na mesma frase, dizer uma coisa, o seu contrário, e depois rematar com uma terceira coisa que não tem nada a ver com isso.
Passos já mostrou, por várias vezes, essa faceta de volubilidade. Ainda esta semana com a questão do aborto, para agradar aos pedófilos, desculpem, aos padres da Renascença, afirmou que iria fazer um referendo sobre o aborto. Louçã dixit: “Isso foi de manhã? Então há tarde já está a corrigir.” E assim foi. À tarde, já não era referendo, eram apenas reuniões e conjecturas.
Fogo? So What?
A questão é que o povo português, e também a Europa em geral, não gosta de personagens Fogo, personagens superficiais, que dizem coisas sem pensar, quase crianças (é por isso que os americanos nos parecem crianças grandes), na maior parte das vezes inconsequentes, enfim, um infantário que perdeu os muros e tomou conta do país…
Com Passos, que, provavelmente vai ganhar as eleições, vamos passar a ter que andar todos de fraldas descartáveis e chucha. Um país de criancinhas.
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