dívida: história, ética e pragmatismo

Nunca ninguém pagou uma grande dívida. Nem a Argentina. Nem o Brasil. Nem a Rússia. As grandes dívidas não se pagam. Pelo menos as grandes, realmente grandes. Nas grandes dívidas paga-se uma parte, não se paga o resto. E depois diz-se que se pagou para todos ficarem felizes.

Coitadinhos dos credores que ficam a arder. É o que nos querem fazer crer. It is an injustice, it is. Calimeros do caralho. Coitados o caralho. As negociações das dívidas não são diferentes de todas as outras negociações. Em todas o estado se deixa comer ao serviço de alguém. Certamente os nossos governantes se deixaram comer, ao serviço dos credores. A dívida é uma aldrabice, porque se não o fosse era o primeiro negócio do estado que em Portugal não era uma aldrabice.

O conjunto dos países em vias de default na UE corresponde a 2/3 do PIB da Alemanha. É uma dívida grande e portanto é uma dívida que não se paga. A Merkel não quer que a gente pague a dívida. Ou, pelo menos, toda a dívida. Já o disse 300 vezes durante o último ano. Os credores têm que participar nos prejuízos. É assim que ela o diz. Não pode ser mais clara. Basicamente, está a dizer que temos o apoio da Alemanha para não pagar a dívida, ou parte dela. Esta semana o eurogrupo disse pela primeira vez que a dívida grega não é para pagar.

P.S.: Os nossos merdia indignam-se de cada vez que a Merkel diz que os credores têm que ficar a arder. Os nossos merdia estão ao serviço dos credores mais radicais. Os intelectuais e os opinion makers que os merdia promovem também. Os economistas e os políticos que nos têm governado também. Não é de estranhar, foi assim que arranjámos a dívida.


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Comentários

2 comentários a “dívida: história, ética e pragmatismo”

  1. Avatar de Zuruspa
    Zuruspa

    Se calhar era melhor começar a chamar-lhe de “calote” em vez de difote”. Ou será que o difote passa a ser a parte näo paga do calote?

    Vou já mandar um difote à patroa!

  2. Avatar de generalcuster
    generalcuster

    Crise? Esse gajo está mas é gordo como um porco.
    O cabrão deve comer pelo menos como uns vinte.
    E ainda dizem que há falta de comida!
    Crise? Pó caralho, pá!

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