Tu és meu pai. Dizia um puto lá da rua. A qualquer um que passasse. Tinha aí entre 7 e 10 anos. Via um gajo qualquer, chamava-lhe pai, ia atrás dele e pedia-lhe coisas. As pessoas achavam graça. E de vez em quando lá alguém lhe dava qualquer coisa. Vi-o muitos anos depois. Já era um homem. Ainda se descortinavam os traços de puto, mas eram muito mais visíveis os traços de uma vida dura de marginal. Andar à procura de um pai que não existe não é um bom começo.
Em Portugal há sempre a mania de que há um pai. Alguém que tome conta da gente. A UE, a merkel, os chineses, o brasil, qualquer coisa. Andar assim à procura de pai não é saudável. Tal como o puto acima, arriscam-se a que surja alguém com vontade de os enrabar e se faça passar por pai. Não têm feito outra coisa. A UE impingiu-nos um euro que estimulou o consumo e o crédito e em 10 anos rebentou com a economia. Começa a ficar claro que a UE não está disposta a fazer de pai. Como o tal puto, resta ao país procurar o pai seguinte.
A Espanha é o novo pai. A ser já promovido pelos merdia. Neste momento, o expresso fala de um “estudo” que diz que 46% dos portugueses não se importavam de ser espanhóis. O expresso promove o “estudo”. Daqui por pouco tempo promoverá opiniões doutas que nos falarão das vantagens da integração com espanha. Ainda não perderam um pai e já andam à procura de outro. Mais um para lhes ir ao cu. Não aprendem.
P.S.: “Não há pai para mim”. “Não há pai para nós”. É uma expressão popular. Usada por aqueles que se orgulham dos seus feitos ou capacidades. Por aqueles que esperam ir ainda além de onde os pais foram. “Não há pai para mim”. “Não há pai para nós”. Uma expressão usada por aqueles que não esperam de outrém a solução das coisas. Por aqueles que, de alguma forma, decidem, inventam e/ou percorrem os seus próprios caminhos. Com esses sim, vamos a algum lado.
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