Vinha a descer a Av dos Combatentes para a Praça de Espanha, já passava da meia-noite, não havia ninguém na estrada, e não via a hora de chegar a casa…
Aquilo ali são 50 à hora a velocidade máxima, mas o táxi vinha desembraiado e passou os 100 à hora. Nisto, lá ao fundo está um gajo de farda no meio da estrada… estou fodido.
Mandou-me parar.
“Sabe que isto aqui são só 50 à hora. E agora isto dá dois anos sem carta. E para si é uma chatice ficar sem carta…”
“?”
“Pois… Sabe que isto é uma chatice agora… Dois anos sem carta é uma merda para um taxista… Não sei se está a ver o problema em que se meteu…”
“?”
“Pois… Não sei se está a ver… Isto agora… Dois anos sem carta é uma chatice… E a si até lhe faz falta…”
“Mas o que é que este gajo quer?”, pensei eu…
Nisto chega outro caro, sai de lá de dentro um gajo à paisana, os tipos recuam e fazem-lhe continência… Era o superintendente.
Eles afastam-se um pouco, a conversa é acelerada, mas em voz baixa e, nisto, o superintendente volta-se para mim e pergunta-me: “Quem é você?”
“Eu sou «O Taxista»”
“Ah… Então é melhor sair daqui… Vá-se embora…”
E eu bati-lhe a pala e pirei-me dali para fora… a 110 à hora!
Deixe um comentário