Um gajo qualquer, que se intitula solicitador de execução, pode levar o seu carro. Que está estacionado no meio da rua. Com base na informação, eventualmente falsa, de que você tem uma penhora por resolver. É o terrorismo fiscal num novo patamar de demência.
Solicitador de execução. O que é? Um advogado ou solicitador que cobra dívidas. Agora com super-poderes. A bem de um simplex qualquer. Agora não precisa da aprovação de um juíz. É o solicitador de execução com anabolizantes. Uma criação deste governo. Uma nova lei. Uma lei que se dá mal com regras. Uma lei que prefere o estilo da marginalidade. Uma lei feita por marginais.
“se houver uma acção contra o devedor, e a se viatura for encontrada na rua, o agente de execução poderá proceder de imediato à sua apreensão e só depois executar a penhora.”[1][2]
O leitor olha da sua janela e vê um gajo a levar-lhe o carro. Um indivíduo qualquer. Que não é autoridade. Que não se apresenta como tal. Que não está fardado. Que não se identifica. Que não tem sequer que dirigir a palavra ao dono do carro. Dirige-se ao carro para o levar. Carrega-o para um camião. Na verdade, está a coberto da lei. Da nova lei.
Escusado será dizer que o meu amigo não sabe. E, como não sabe, aje em conformidade. Vai atrás dele salvar o seu carro. Não vai fazer muitas perguntas. Uma pessoa não tem tempo para fazer perguntas. Não pensa em fazer perguntas. Primeiro trata do assunto, faz o que tem a fazer. O dito solicitador de execução pode não ter sorte. E pode ter.
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