inacreditáveis não-notícias

Tóxico nos biberons – Bhisphenol A. Nos biberons. Provoca um chorrilho de doenças, entre cancro, diabetes e mais umas tantas. A UE ia banir o produto mas recuou. Existem dois grandes fabricantes. A Nestlé e a Danone. A Nestlé está em condições de substituir o produto, a Danone não. A UE decidiu não banir o produto porque criava problemas de concorrência. First things, first.

Corexit – Corexit 9527. Usado no golfo do México. Para dissolver a mancha da petróleo. Para que o petróleo não se veja. Para que a mancha pareça mais pequenina. Para que a opinião pública não se escandalize. Um produto que parte o petróleo em pequeninas bolhinhas. Que os animais marinhos ingerem inadvertidamente. Um produto que ataca os glóbulos vermelhos. Dos animais marinhos. E que se propaga na cadeia trófica. Atingindo tudo o que se alimente desses animais. Uma inacreditável não-notícia. Uma ideia apocalíptica. Corexit 9527. A caminho do atlântico. Com a corrente do golfo. A caminho da sua barriga.

Três semanas de silêncio – Durante 3 semanas não se falou do derrame da BP. Até ao dia em que a BP aparece supostamente com o problema resolvido. A BP conseguiu que não falassem dela durante 3 semanas. Ninguém estranhou.

O silêncio dos portugueses – A Espanha é campeã graças a um fora de jogo ilegal. Os jogadores portugueses não se queixaram. O treinador não se queixou. A FPF não se queixou. Os nossos merdia não se queixaram. São todos uns sabujos do caralho. Os nossos merdia só deram destaque ao fora-de-jogo quando o maradona abriu a boca.

As cláusulas dos queirozes – O Queirós não pode ser despedido. Porque tem uma cláusula de um milhão de contos. Mas o povo não sabe disso quando ela é assinada. É uma inacreditável não-notícia. O povo só sabe agora, quando já não há nada a fazer. O Madail diz que não temos nada a ver com o assunto, que isso é assunto interno da federação. A selecção só é nacional para algumas coisas, para outras é da federação.

A mulher do Zuma – Um segurança do presidente da África do sul suicidou-se. Supostamente porque lhe comeu a quarta mulher e foi apanhado. Normalmente, isso seria um festim para os media que alimentariam todas as dúvidas e todas as teorias da conspiração. Desta vez, não. Os merdia não podiam estragar o espectáculo do mundial.

Independência da Catalunha – Barcelona, 1 milhão de pessoas nas ruas. Pedindo a independência. Os nossos merdia não mostram. Nem um minuto disso. Os merdia mostram é a comemoração da vitória da selecção espanhola. Em torno da vitória espanhola faz-se uma imensa campanha política. A Espanha luta pela sobrevivência.

Agradecidos – Os nossos merdia comemoraram a vitória da selecção espanhola. Fartamente. Nunca uma vitória duma selecção estrangeira teve tanto tempo de antena na nossa televisão. Horas e horas a fio. Os nossos merdia comemoram o roubo do fora-de-jogo à nossa selecção. Parece que o povo português leva no cu e agradece. É mentira. Não vi ninguém a festejar a vitória espanhola, só os merdia.

Os sucessos de cavaco – A viagem do cavaco a Angola foi um sucesso. Chegou lá e os angolanos dispuseram-se logo a pagar as dívidas às empresas portuguesas. Os merdia rejubilaram. Não disseram como é que Angola ia pagar. Uma inacreditável não-notícia. Pensámos que era com dinheiro a sério. Enganámo-nos. Afinal é com títulos da dívida angolana. Mais do mesmo, dinheiro da kidzania.

A 500 km de Pequim – É o sítio onde os americanos queriam fazer manobras. Com porta-aviões. Com 200 aviões. Seria Pequim a menos de 15 minutos de um sobrevoo. O orgulho da china não permite. Os chineses disseram aos americanos para irem levar no cu. Manobras no Mar Amarelo não. Em vez disso, os americanos vão para o Mar do Japão. Longe de Pequim e de Pyongyang. Em vez da costa oeste da Coreia é a costa este. Os merdia não explicam a diferença. Nós explicamos.


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