127 dB

É o mundial da África do Sul. Os portugueses foram roubados. Os uruguaios foram roubados. Os gregos foram roubados. Os neozelandeses foram roubados. Talvez mais alguns tenham sido roubados e não se saiba. Por enquanto não morreu nenhum jogador. Se morrer, paciência, vão dizer que foi um azar. Um país em estado de sítio. Exército a vigiar hotéis. Escoltas nas deslocações. Julgamentos em 24 horas, com penas de 15 anos e sem testemunhas. Enfim, fazer o mundial no país do mundo com maior índice de criminalidade, uma grande ideia.

A FIFA vai lucrar 150 milhões de contos. As despesas são para os sul-africanos. Que continuam a viver miseravelmente no Soweto. Assim é que é lucrar. Cada um tem as suas prioridades. O governo da África do Sul tem as suas. A FIFA tem as suas.

As selecções estão proibidas de levar comida dos seus países. É a FIFA a dar ordens sobre tudo, mesmo aquilo em que não devia ter opinião. Os senhores da FIFA comportam-se como uns ditadores fascistazecos.

Os jogadores têm que jogar ao som da vuvuzela. Uma tortura. Milhares de vuvuzelas. A 127 db cada uma. A 140 dB nalguns casos. Sabendo-se que o limiar da dor está nos 130 dB. Sabendo-se que 15 minutos a mais de 100 dB chegam para causar danos irreparáveis à audição.

P.S.: Os media não têm notícias de assaltos a espectadores. Nem de homicídios. Nem de violações. Os media não trazem notícias dessas. Tudo para parecer que o que está a acontecer na África do Sul é normal. Os assaltos a espectadores são inacreditáveis não-notícias.


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