a crise das dívidas soberanas

Em Portugal tudo parece difícil de explicar. Tudo é difícil de compreender. O cidadão não percebe de nada. Não percebe de economia, não percebe de justiça, não percebe de saúde. Não percebe nada de nada. Só os peritos percebem as coisas. E estão impedidos de explicá-las.

Na crise também é assim. Andam por aí uns peritos. Que por acaso não a viram chegar. Mas que se apropriaram da autoridade para falar dela. O chornal não gosta desses peritos. O chornal caga peritos. De cada vez que vamos à retrete sai um perito. Nas mais diversas áreas do conhecimento.

Por isso, o chornal continua a sua missão de elucidar os leitores. A despeito das hordas de peritos que o establishment coloca nos media. Vamos hoje explicar, num parágrafo, a crise das dívidas soberanas.

As dívidas ditas soberanas atingiram patamares colossais. O total das dívidas soberanas está em 56 biliões (triliões à americana), quase o PIB do planeta. E quase toda a gente tem planos para aumentar a sua dívida dita soberana. Uma decisão unilateral. Face aos emprestadores. Que não decidiram emprestar mais. O dinheiro dos emprestadores não é infinito. Naturalmente, alguns dos países que decidiram aumentar a dívida vão ficar a mamar no caralho. Os países concorrem pelo endividamento, como outrora pelas fábricas das multinacionais. Alguns países vão conseguir aumentar a sua dívida. Outros, menos influentes, terão menos sorte. É a vida.

P.S.: Só não explicamos como é que os estados se conseguiram endividar perante os fundos dos tais ditos especuladores. Quando os estados têm o poder de emitir dinheiro. Quando os fundos dos ditos especuladores não têm o poder de emitir dinheiro. Só não explicamos porque é que os governos nos fazem crer que estão contrariados de cócoras à mercê do capitalismo financeiro. Só não explicamos o que não é possível explicar.


Publicado

em

por

Etiquetas:

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *