Querem reduzir os feriados. Temos feriados a mais. É o que nos dizem agora. Nós sempre achámos mal que quisessem acabar com os feriados. Sempre achámos que era mais uma dessas investidas do capitalismo contra os trabalhadores. Agora, de repente, mudámos de opinião. De repente, os feriados parecem-nos uma imensa palhaçada. Acabem-se com os feriados todos.
O que mais temos é feriados religiosos. Temos feriados religiosos que ainda se percebem, como o Natal e a Páscoa. Mas há uma data de feriados religiosos em que o pessoal nem sabe o que se está a comemorar. É acabar com esses todos. Alguém sabe o feriado religioso que se comemora no próximo dia 3 de Junho? Se o pessoal nem sabe o que está a comemorar, não tem que mamar o dia. Se é feriado religioso é para ir à missa. Se não vai à missa, não tem direito a feriado. Quer mamar o dia? Tem que trazer folha de presença assinada pelo padre. É muito religioso? Quer comemorar o Natal e a Páscoa? Desconte-se nos dias de férias.
Temos uma carrada de feriados ditos patrióticos. São quase todos comemorações das lutas contra a Espanha. Já chega. Os espanhóis são nossos amigos e as espanholas chupam-nos a cabeça melhor do que quaisquer outras. Quem nunca comeu uma espanhola que atire a primeira pedra. Não temos nada contra os nossos vizinhos. Andar a comemorar as guerras que fizemos com eles há séculos é coisa de ressaiviados. Ha hega.
Temos, por fim, uns poucos feriados pela liberdade. São outro disparate. Temos todos os motivos para acabar com os feriados que comemoram as lutas pela liberdade. Então um gajo que nunca fez greve na vida, e que se orgulha disso, tem direito a mamar o feriado de 1 de Maio? Vá mas é mamar no caralho. Então um povo que vota no Salazar como o português do século tem direito a mamar o feriado do 25 de Abril? Vão mas é mamar no caralho. Então um povo que vota nos cromos que a gente sabe tem direito a comemorar alguma coisa? Nem pensar.
P.S.: Em vez de feriados, dêem 3 anos de licença de maternidade. É muito mais construtivo. E dá o mesmo número de dias.
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